segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

"Mary Westmacott": O Fardo

Título Original: The Burden
Lançamento: 12 de novembro de 1956   
Editora: L&PM Pocket 
Gênero: Romance, drama


"-Baldy sabia. Por que achamos que sabemos 
o que é melhor para os outros?"




       Bom dia, caros leitores, tudo certo com vocês?  Hoje terminei de ler o meu primeiro dos seis romances não policiais que Agatha Christie escreveu sob o pseudônimo de Mary Westmacott. Ironicamente, esse é o último livro da aventura de Agatha pelo mundo da psicologia e das complexas relações humanas. Naturalmente, a autora têm uma ótima desenvoltura pelo gênero, já que sempre aborda o aspecto psicológico nas suas obras oficiais, chegando a utilizar esta como a principal arma de Hercule Poirot e Jane Marple. 
        O livro é uma trama que logo nas primeiras páginas se enreda pelos desejos secretos dos seres humanos, aqueles que, em perfeito estado, jamais admitimos; mas, que vez ou outra, acabam escapando do nosso controle e contrariando nossa vontade. Fazendo-se uma observação paralela, podemos observar um "recado" da autora: Deus carrega o fardo por nós. Dele ninguém oculta nada, nossas mais cruéis vontades chegam a Ele de qualquer forma. E, às vezes, Ele acaba cedendo a elas.

    Voltando a nossa trama, que inclui ainda o desprezo e ódio de uma criança por sua irmã recém-nascida, que passa a se tornar o mais puro amor obsessivo, e permanece, de sua forma, até a eternidade. Um personagem que pessoalmente me chamou atenção, foi o Baldy Baldock. Achei uma ótima construção de Agatha, um sopro de bondade e alma quase divinas, inteligência e senso crítico, no meio da confusão caracteristicamente humana. Baldy dá os melhores conselhos, é praticamente o pilar da história, que acontece conforme ele planeja. É um homem de grande sabedoria, um solteirão que vive em meio a pilhas de livros velhos da biblioteca de sua casa. É também, o único homem que se interessa, que consegue enxergar através do véu de normalidade e complacência da pequena Laura, e vê quem realmente ela pode se tornar. Acho que a intenção de Agatha ao escrever esse livro não foi criar uma boa história, algo extraordinário ou engenhoso, mas sim mostrar a natureza humana. Ela quis que nos identificássemos com os personagens, utilizou-se de algo espantosamente comum há anos atrás: a indiferença de pais com seu segundo filho, e o amor idealizado pelo primogênito. Isso é tão natural, que a própria Laura, o segundo filho da história, acredita ser merecedora da falta de afeto, interesse, atenção e amor por parte de todos que a rodeiam. Ela se conforma com isso, como se tal fosse seu destino. Agatha consegue expor tão nitidamente as nossas falhas, nossos defeitos, nossa humanidade, que em alguns trechos do livro chego a me assustar com a completa falta de escrúpulos de todos os personagens (excetuando Baldy). Me assusto mais ainda quando me identifico com algumas delas, me assusto quando confirmo a veracidade estarrecedora de uma frase dita por Dr. House, que para mim, resume o livro: "As pessoas podem fazer coisas boas, mas seus instintos não são bons." O bom leitor saberá tirar cada pedacinho desse drama, saberá identificar cada personalidade envolvida, saberá interpretar cada ação, por menor que seja, saberá compreender cada inocente silêncio, saberá a exatidão de cada escolha e as consequências delas; que por sinal, foi onde os pais de Laura e Shirley preferiram ficar cegos. 

A grande reflexão que este livro deixa é: Até que ponto somos capazes de carregar o fardo de sermos humanos? O próprio fato de sermos humanos nos torna imperfeitos, e, portanto, incapazes de alcançar a felicidade plena. Incapazes de conhecer a verdade, de entender a nossa própria essência, de saber quem somos; essa é a única certeza que temos a respeito de nós mesmos. Não podemos ter certeza de nada, e a certeza desse fato é desconcertante. Todos os dias, repudiamos nossos instintos ruins, nosso medo, nossa angústia, nossa própria vida, que vai se tornando insustentável. A maioria das pessoas não tem consciência disso, e Agatha propõe com este livro um "espelho" para refletir a nós mesmos e nossa natureza. Ela explicita em Laura a inveja, o ciúme, a indiferença, o ódio, a tristeza e a transformação de tais sentimentos em um amor desconcertante; e, será que alguém pode culpá-la por seu desejo de querer ver a irmã morta? O que provocou esse desejo? Será que se tivesse recebido afeto de seus pais, babás, amigos e instrutores, esse desejo não teria surgido em sua mente? Talvez. Será que nenhum de nós nunca desejou, secreta e inconscientemente, a morte de alguém que amamos ou odiamos, por puro egoísmo? E, o que fez Laura, depois de ter implorado tanto, mudar de ideia subitamente naquele incêndio? Teria mesmo sido amor o que ela sentiu? Ou uma necessidade desesperada de pertencer a alguém? O prazer, sentido em uma fração de segundo, ao saber que alguém nesse mundo, dependia dela para continuar vivo? Ou teria sido uma estranha compaixão, de saber como é ser odiada e rejeitada?
Leitores, esses e muitos outros questionamentos são feitos em "O Fardo". Recomendo o livro, principalmente pra quem gosta de psicologia. É uma excelente construção da natureza humana. Para finalizar, transcrevo aqui uma passagem interessante da obra. Obrigada pela leitura, e boa semana!

"[...] Atribuímos nossos padrões humanos de valores, ou de justiça e injustiça, a Deus. Essa é a nossa dificuldade. Não temos, nem podemos ter, a mínima ideia do que Deus realmente quer do homem, exceto que parece bastante provável que Ele queira que o homem se torne algo que ele pode se tornar, e ainda não se tornou."


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Resenha: Poirot Sempre Espera & Outras Histórias

     Olá, caros leitores! Tudo bem com vocês? Andei dando uma parada nas postagens do blog, mas já estamos na ativa novamente :)) Hoje resolvi trazer a análise de uma coletânea de contos (fantásticas; como sempre), contida no livro "Poirot Sempre Espera & Outras Histórias", da L&PM Pocket. Abaixo você confere a ficha técnica do livro:


Título Original: The Under Dog, Second Gong, Sanctuary and Other Stories
Lançado em: maio de 2008 (escritos entre 1939 e 1961)
Páginas: 207
Contos: Através de Um Espelho Sombrio, O Mistério da Arca de Bagdá, Onde há um Testamento, A Segunda Batida do Gongo, Poirot Sempre Espera, A Boneca da Modista, Santuário
Link para ler um trecho:
http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/poirot_sempre_espera(5).pdf




Eh, bien. O quê dizer dessa maravilhosa coleção de especialidades, que retratam com maestria o talento de Dame Agatha? Resta-nos apreciar a engenhosidade da autora, e fazer o melhor possível para compreendê-la, de preferência antes que o conto acabe, hehehe. Acho que nestes casos, podemos aplicar aquela velha tática, nas palavras de Agatha, "a essência da ficção policial": as cinco perguntinhas mágicas ;). 
- COMO?
- ONDE?
- QUANDO?
- QUEM?
- POR QUAL MOTIVO?


Devemos manter nossas suspeitas claras, e tentar encaixá-las o melhor possível na lista de perguntas. Aí vão algumas dicas para solucionar(ou tentar) três dos contos:

1º) Através de Um Espelho Sombrio:

 Esta é uma narração em primeira pessoa de uma história aterrorizante, vista através de um espelho, de um sonho, de uma alucinação num quarto charmoso e velho de um casarão.Aqui não há nenhum crime, nenhum mistério a ser desvendado. É simplesmente uma história para ser ouvida, uma "entrada" que nos encaminha ao "prato principal". Há uma única coisa a ser dita sobre este conto. Logo de cara temos uma ótima pista no trecho "...às vezes me pergunto como teriam sido as coisas se eu tivesse percebido naquele momento o detalhe essencial que só pude..." Daí, podemos deduzir que a "solução" do mistério depende de um único detalhe. E esse detalhe se chama espelho.

2º) O Mistério da Arca de Bagdá:

Agora sim, uma cena do crime: um homem é encontrado morto dentro de uma misteriosa arca. Sr.Clayton, Sra.Clayton, major Curtiss,major Rich, sr e sra. Spence fazem parte dela. O crime é bastante engenhoso, atente para os detalhes da composição da cena, disposição dos objetos na sala, a arca, momentos antecedentes ao crime, e principalmente, uma frase de Poirot que diz muito sobre o assassino: "Eu posso ser um gênio, mas também sei reconhecer a genialidade em outras pessoas. Um crime perfeito, mon ami. Eu, Hercule Poirot, estou lhe dizendo: um crime perfeito."

3º) Poirot Sempre Espera

Aqui, de início, possuímos algumas particularidades nas personalidades dos envolvidos dignas de nota:
- Lily M.: "Uma jovem é um fenômeno interessante. Especialmente, compreende, se é inteligente. Pedir que uma pessoa faça alguma coisa, e ao mesmo tempo predispô-la a não fazê-la..."
-Parsons: "A lealdade das classes servis é um objeto de estudo interessantíssimo"
-Victor A.: "Este é o esquivo Victor Astwell. Um homem de quem Parsons tentou me falar, e que Lily Margrave sequer mencionou".
-Trefusis: (Uma fala de Poirot, não dirigida a Trefusis) "Pediria quem é o mais silencioso."


Devo lembrar que em TODOS desses contos, Agatha já começa com uma pista crucial para a resolução do mistério. Logo na primeira página, ela solta a dica...você só precisa inserir no mistério.

Pessoal, como resenha é isso. Recomendo o livro, e assim que vocês tiverem comprado ou alugado o seus,acessem aqui(link não disponível ainda- vou finalizar o post, depois atualizo o post com o link) uma postagem com diversas dicas para ajudá-los a descobrir os autores dos crimes, hehe!! Um abraço, e boa semana!




quinta-feira, 1 de maio de 2014

Nova Resenha: Assassinato no Expresso do Oriente

 Há muito tempo venho querendo escrever sobre esse livro, maravilhoso, diga-se de passagem, e neste fim de semana encontrei tempo(e o livro) disponíveis. Esta história foi a "cartada final", a trama definitiva para mim me apaixonar por Agatha Christie, e começar a admirar as habilidades intelectuais do nosso querido detetive Hercule Poiort. Já de início, vou dizendo: um dos melhores livros da nossa dama, e um crime para ninguém jamais esquecer! 
  Em se tratando da Rainha do Crime, já esperamos todos os finais possíveis, imaginamos várias soluções, tramamos vários motivos e, as vezes, numa súbita lembrança, damos uma de Miss Marple e começamos a relacionar os personagens da história, tão bem construídos por Agatha, com pessoas reais que conhecemos. Eu por exemplo, já cheguei a achar um Hercule Poirot brasileiro! Aposto que se colocasse uma foto dele num post qualquer, vocês, caros leitores, não iriam perceber que se trata de um impostor! Um dia ainda faço esse teste pra ver se alguém percebe ;)


Expresso do Oriente: o trem dos sonhos , pode ser o seu pior pesadelo

O livro começa com um fato intrigante: quando Hercule Poirot vai pegar o Expresso do Oriente, o trem acha-se surpreendentemente lotado, para essa época do ano. São 12 passageiros,quando uma tempestade de neve obriga o trem a parar,e todos ficam completamente isolados. Todos vão dormir, mas a irritação e o frio impedem Poirot de ter uma noite de bons sonhos, e ele acaba observando movimentações estranhas durante a noite. Na manhã seguinte, um passageiro é encontrado morto, brutalmente assassinado, em sua cabine.A porta estava trancada por dentro, e havia um pequeno detalhe: este mesmo passageiro, havia, um dia antes, procurado Poirot para fazer-lhe uma proposta. E para completar o mistério da cena do crime, é encontrado entre os pertences do morto, uma carta. Sim, uma carta reveladora, a Grande pista desta história.
 Então, isto é tudo. Onze pessoas e um crime. Aqui, todos são culpados até que se prove o contrário. E num trem parado no meio do nada, onde o mínimo movimento deixa pegadas sob a neve, onde robes vermelhos flutuam vestindo "fantasmas" e onde a desconfiança, o medo e o desejo de vingança são os únicos sentimentos existentes; um lugar agora está vago. Você pode ocupar esse lugar, leitor, e acompanhar de perto o desenrolar desse crime maravilhoso e surpreendente. 

FICHA TÉCNICA 
Título Original: Murder On The Orient Express
Lançamento: 1/1/1934
Detetives: Hercule Poirot
Minha nota: 9.5
** Existe um livro do autor inglês Graham Greene, lançado em 1932, chamado "Expresso do Oriente". Pra quem não sabe, Agatha era uma das maiores fãs desse escritor, e acredito que tenha se inspirado nesse livro para criar Assassinato no Expresso do Oriente.


 Em breve, uma resenha mais detalhada, com dicas e sobre o filme será postada aqui no blog! 


Boa Semana a todos, e voltem sempre!


domingo, 27 de abril de 2014

Agatha Christie: Como Começar?

Qual deles ler primeiro?
 Quem vai a uma biblioteca ou livraria sabe o suplício que é escolher um livro de algum autor desconhecido, mas que "todo mundo diz que é bom".  A gente fica se fazendo mil perguntas, e a mais preocupante é: o livro custa R$: 45,00, isso é minha mesada INTEIRA e se eu não gostar? E se eu não entender? E se eu comprar o livro ruim entre os 12849348 bons do autor?

Bom, quem nunca? E, meus caros, com Agatha Christie é pior. Simplesmente porque ela tem 80, sim, o-i-t-e-n-t-a livros a sua disposição. E se você não conhece, não sabe quem é Hercule Poiort, nunca ouviu falar dele e nem sabia que existia, pode correr o sério risco de retirar "Cai o Pano" antes de ler os 39 (sim, t-r-i-n-t-a e n-o-v-e) livros maravilhosos dele. NUNCA, Jamais, em hipótese alguma cometa esse erro. Essa é a dica número um:  Retire qualquer  livro, menos Cai o Pano. 
 A única parte ruim da Agatha é que ela tem tantos livros bons que fica difícil saber qual indicar, ou se você nunca leu, saber qual retirar/comprar. Então, aí vai uma lista de sugestões e esclarecimentos pra vocês:

1- Decidir por quem começar

Agatha tem dois detetives principais: Hercule Poirot e Miss Jane Marple. Poirot é um belga de olhos verdes, muito convencido de sua capacidade intelectual. Ah! E cuidado, ele é muito, muito apaixonável. Miss Marple é uma velhinha simpática de olhos azuis que mora num vilarejo e tem a mania de comparar as pessoas dos crimes com pessoas que ela conheceu. Em alguns livros, Poirot aparece acompanhado de Arthur Hastings, o Watson dele. Mas são apenas 6, infelizmente.Também há outros detetives, como o Inspetor Japp e a Sra. Ariadne Oliver (a própria Agatha no papel).

DICA: Se quiser Poirot, comece por "Os Primeiros Casos de Poirot" ou "O Misterioso Caso de Styles". "Assassinato no campo de golfe" também é maravilhoso! Se quiser Marple, leia " Assassinato na Casa do Pastor" ou "Os Treze Problemas".

2- Eu comecei com " A Casa Torta"

"A Casa Torta" não tem Poirot nem Marple, mas assim mesmo é perfeito. Esse livro me fez conhecer Agatha, e principalmente me apaixonar por ela. 

3- Os Melhores Livros  

Poirot
Agatha fez livros bons, muito bons e maravilhosos! Comece pelos maravilhosos, mas não pelo "O Caso dos 10 Negrinhos" porque esse é o melhor dela. E se você começa pelo melhor dos melhores, fica comparando com os outros e acaba não gostando. Então, recomendo que leia esses antes de "O Caso dos 10 Negrinhos":
- Assassinato no Expresso do Oriente (resenha aqui em breve!)
-Morte no Nilo
-Poirot Investiga
- A Casa Torta ( de novo, rsrsrsrsrs)
-O Assassinato de Roger Acroyd
- Os Crimes ABC

Depois de todos esses, com certeza você já estará apaixonado!!!


Um beijo a todos, boa leitura e obrigada por visitar o blog!
    


domingo, 2 de março de 2014

A Mão Misteriosa II

Faz uma semana que li A Mão Misteriosa, e publiquei aqui no blog uma página sobre o livro. O fato é que gostei muito, gostei realmente do livro e dando uma olhada na resenha, resolvi acrescentar algumas coisas. Primeiro: não fui suficientemente clara sobre a história. Não coloco a sinopse, mas costumo comentar trechos, ou pelo menos situar vocês. 
Segundo: não dei minha opinião sobre os personagens, a construção, etc... (gostei de tudo rsrsr)
Então, vamos começar.
a) Não tem muito que se possa fazer com essa história. Como eu já expliquei, Agatha foi fantástica na construção do crime.Uma frase de Sherlock Holmes explica bem isso: Os crimes maiores tendem a ser mais simples, pois quanto maior é o crime, mais óbvio, em regra, é o motivo". 
Quanto mais complicado for o crime, melhor, porque você tem várias pistas, vários caminhos que te levam a verdade, e vários erros que podem ter sido cometidos pelo assassino. Agora, se o crime for simples, trivial, fica tremendamente difícil descobrir qualquer coisa. E o que acontece aqui, em certos momentos, parece não haver crime nenhum. Mas há. Habilmente encoberto, mas visível pra quem sabe onde observar.
b)Não sei, mas acho que deve ter sido muito difícil para a autora escrever essa história. Principalmente porque o crime é simples, e não há nada de fantástico para prender o leitor. Então, ela tem que fazer de outra forma, tirar a atenção do crime e colocá-la em algo mais excitante. E ela fez isso tão bem, que não dá pra perceber. Por exemplo, a história é narrada em 1ª pessoa, por Jerry, que está passando uma temporada no campo ( no caso, Limstock). Jerry nos distrai com outras coisas, conversa com todos os habitantes de Limstock, com Joanna, e nos narra duas histórias de amor. O livro foi muito bem construído, nada cansativo nem muito pesado. Perfeito!
c) Preciso elogiar a atuação dos inspetores. Normalmente, a Scotland Yard é uma imbecil que precisa da ajuda de Miss Marple ou Poirot para descobrir a verdade.Mas não aqui, apesar de Tia Jane fazer uma participação(como sempre, essencial) na história. Gostei do superintendente Nash, sempre no lugar certo na hora certa.
d) Fatos importantes:
I- Conversa de Jerry com o dr. Griffith
II- Circunstâncias da primeira morte
III- A primeira descrição para a Mão de Graves e de Nash
IV- O fato de que todas as pessoas receberam cartas menos Elsie Holland
e) O crime:
No vilarejo de Limstock, alguém começa a enviar cartas anônimas para as pessoas, criando intrigas e semeando a discórdia. Mas a coisa deixa de ser brincadeira quando um dos destinatários morre. As cartas param, mas ocorre outra morte: desta vez um assassinato. Quem, dos tranquilos habitantes de Limstock guarda uma profunda mágoa a ponto de matar duas pessoas? 
 Bom, agora tudo esclarecido, não? É mais simples do que parece. Leia e saberá. Bjs...